Pesquisa de Salmonella spp. e coliformes em açaís comercializados em Fortaleza/CE

Abstract

O açaí, fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), característico da região norte do Brasil, vem crescendo nacionalmente e economicamente pelo país. Atualmente o Brasil é reconhecido como o maior produtor mundial de açaí e a qualidade desse alimento deve ser observada para que não haja risco à saúde do consumidor. Dentre os riscos advindos do consumo de alimentos, existem os relacionados aos patógenos alimentares que causam doenças transmitidas por alimentos (DTA’s), como os coliformes totais e termotolerantes e a Salmonella spp. Dessa maneira, a investigação desses microrganismos e suas recorrentes causas é de suma importância para a prevenção da saúde dos indivíduos. O presente estudo teve o objetivo de realizar uma análise microbiológica da presença de Salmonella spp. e coliformes, sejam totais ou termotolerantes, em açaís comercializados em Fortaleza, Ceará, entre agosto e dezembro de 2018. As amostras foram constituídas de diversas marcas de açaís industrializados ou vendidos a granel. Imediatamente após sua aquisição, as amostras foram transportadas para o Laboratório de Pesquisa em Microbiologia Aplicada da UFC, onde foram armazenadas e analisadas. Para a identificação de microrganismos do grupo coliforme, os meios de cultura utilizado foram o Caldo lactosado, para o teste presuntivo, o Caldo Lactose Bile Verde Brilhante (BVB), para o teste confirmativo de coliformes totais, e o Caldo EC para o teste confirmativo de coliformes termotolerantes. Para a análise de Salmonella spp. foram utilizados os caldos Tetrationado e Selenito-Cistina e os ágares Hektoen (HE) e XLD para o isolamento de colônias. Das 15 amostras analisadas, 80% apresentaram-se positivas para coliformes totais e termotolerantes, ou seja, o número de microrganismo encontrados estavam acima do permitido pelo órgão regulador. Além disso, houve a confirmação de presença de Salmonella spp. e Eschericia coli em 20% das amostras. A presença de coliformes é um indicador preocupante de contaminação em alimentos, podendo sugerir a deficiência de boas práticas de armazenamento e manipulação desses produtos e acarretando em doenças transmitidas por alimentos, elevando riscos à saúde dos consumidores. Nessa perspectiva, evidencia-se a necessidade de ações de maior rigor higiênico-sanitário e efetivo treinamento dos colaboradores envolvidos na comercialização desses alimentos.