Prevenção e impacto da hipotermia durante o transporte de pacientes neonatais

Abstract

A forma mais segura de transportar uma criança de risco é dentro do útero materno. Porém, podem ocorrer nascimentos prematuros ou de bebês com patologias graves em centros de saúde em que seja necessária transferência rápida e segura para unidades especializadas de cuidado neonatal (transporte inter-hospitalar). O transporte neonatal intra-hospitalar também é realizado frequentemente em circunstâncias como transferência do neonato do centro obstétrico para os cuidados intensivos ou para a realização de cirurgia ou exame diagnóstico dentro da própria instituição hospitalar. A monitoração da temperatura é um cuidado primordial, pois a ocorrência de hipotermia piora o prognóstico, aumentando a morbimortalidade neonatal. O artigo busca descrever as evidências científicas acerca da prevenção e impacto da hipotermia durante o transporte de pacientes neonatais. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês novembro de 2020. Foram selecionados 13 artigos publicados no período de 2011 a 2018. Em relação ao transporte intra-hospitalar, a hipotermia se destaca como a mais frequente complicação clínica, estando relacionada à prematuridade, baixo peso ao nascer, presença de malformações, uso de oxigênio suplementar e ventilação mecânica. Quanto maior o tempo gasto durante o transporte, mais frequente é a ocorrência de hipotermia. A utilização de incubadoras de parede dupla e sacos plásticos de polietilenos associadas às medidas de termorregulação padrão são indicadas nos estudos. Em relação ao transporte neonatal inter-hospitalar, a ocorrência de hipotermia na chegada ao hospital de destino, independente da temperatura inicial no hospital de origem, está relacionada a desfechos desfavoráveis, com aumento das taxas de morbimortalidade. Além disso, o valor da temperatura axilar é apontado como o melhor componente para a previsão de mortalidade em escalas de avaliação das condições dos neonatos no momento de admissão. A alta ocorrência de hipotermia durante os processos de transporte neonatal e sua associação com desfechos negativos, sugerem a necessidade de reformulações na prática assistencial prestada aos bebês que necessitem realizar transporte.