Avaliação da adequação das declarações obrigatórias e da quantidade de sódio e aditivos alimentares presentes em rótulos de macarrões instantâneos e seus temperos associados de acordo com a legislação vigente

Abstract

As crianças estão expostas à uma variedade de produtos que contêm baixo valor nutricional. Elas são estimuladas ao consumo por meio de propagandas abusivas, o que pode prejudicar o poder de escolha dos pais e a alimentação da criança, com consequências no seu estado nutricional. Nas últimas décadas, ocorreram muitas alterações nos hábitos alimentares da população infantil, sendo cada vez mais precocemente introduzidos alimentos processados e ultraprocessados, como o macarrão instantâneo, substituindo os alimentos caseiros e in natura. A maior fonte de comunicação entre o fornecedor de um produto com o consumidor é o rótulo de um alimento, no qual contém informações importantes como valores nutricionais, quantidade, riscos, modo de preparo e conservação. Diante disso, este estudo teve como objetivo analisar a adequação das declarações obrigatórias e da quantidade de sódio e aditivos alimentares presentes em rótulos de macarrões instantâneos e seus temperos associados de acordo com a legislação vigente. Tratou-se de um estudo de caráter descritivo e abordagem quantitativa, com coleta de dados mediante aplicação de checklists elaborados a partir das seguintes Resoluções de Diretorias Colegiadas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária: nº 259 de 20/09/02; nº 360 de 23/12/03, nº 54 de 12/11/12, nº 26 de 02/07/15 e a Lei N° 10.674, de 16 de maio 2003 sobre o glúten em rótulos de alimentos. Foi ainda elaborado um checklist para quantificação e qualificação de aditivos alimentares. Foram adquiridos no modo de consumidor em oito supermercados da cidade de Fortaleza – CE, 20 macarrões instantâneos, sendo representados por cinco marcas de fabricantes e subtipos variados. Todas as amostras apresentaram imagens ilustrativas que não correspondiam à realidade do produto, apresentaram quantidade de sódio que chegou à 78% da quantidade máxima diária recomendada pela Organização Mundial de Saúde e todos continham diferentes aditivos alimentares na lista de ingredientes. É necessário que os rótulos dos alimentos estejam claros e objetivos, para que o consumidor faça uma compra consciente. Alerta-se para a importância do profissional nutricionista nesse contexto para a conscientização das informações sobre os alimentos e educação nutricional principalmente para crianças e pais, assim evitando consequências para as futuras gerações.