Tecnologias educativas no manejo do traqueóstomo em ambiente domiciliar: uma revisão integrativa com foco no autocuidado

Abstract

A alta de um paciente traqueostomizado constitui como um processo difícil para seus cuidadores, pois existe uma fragmentação dos cuidados que antes eram de competência da equipe hospitalar. Um dos deveres dos profissionais enfermeiros é de orientar o autocuidado com a utilização de tecnologias educativas, métodos didáticos de ensino e visitas domiciliares que aperfeiçoem as habilidades dos indivíduos envolvidos no processo de assistência domiciliar. Assim, o objetivo desta revisão integrativa da literatura é identificar os conhecimentos produzidos sobre as técnicas educativas aplicadas aos cuidados domiciliares no paciente portador de traqueóstomo, com enfoque no autocuidado. Foi realizada uma busca na literatura, compreendida entre os anos de 1990 e 2020, nas bases de dados Medical Literature and Retrivial System onLine (MEDLINE), por meio da interface eletrônica Pubmed, e também na Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME), com vistas a responder a seguinte questão: quais tecnologias educativas mais eficazes na promoção de autocuidado em indivíduos previamente traqueostomizados, no contexto domiciliar? Não houve limitação de tempo para inclusão dos artigos e nem idioma das publicações. Com isso, selecionaram-se 13 artigos científicos, todos publicados na língua inglesa, entre 1991 a 2020. A maior parte dos artigos considerados nesta revisão foram considerados com nível de evidência alto. As tecnologias educativas relatadas são diversas: programas educacionais em centros hospitalares, distribuição de materiais de suprimento em bolsas, plataformas virtuais de aprendizado, recursos audiovisuais, livretos e cartilhas, simuladores de alta fidelidade e treinamento intensivo baseado em modelos militares (“boot camps”). Concluiu-se que as ferramentas de aprendizado, dentro dos estudos considerados, aumentam os níveis de conhecimento sobre os cuidados em traqueostomia no ambiente domiciliar, realizado pelo próprio paciente ou por terceiros. Também é capaz de diminuir a sobrecarga de assistência dos cuidadores, que experimentam menos estresse e ansiedade.