Hábitos alimentares de diferentes categorias de trabalhadores: uma revisão integrativa

Abstract

A alimentação é uma necessidade fisiológica humana, construída e permeada por diversas simbolizações e fenômenos de perspectivas biológicas, econômicas, sociais e culturais. A condição básica para uma alimentação adequada deve estar associada a valores culturais, acessibilidade financeira e física, sabor, variedade, cor e harmonia, norteadas pelo consumo de alimentos e não exclusivamente nos nutrientes. Contudo, a mudança do perfil de consumo e hábitos alimentares pela população é fundamentada pelo processo de urbanização/industrialização que atua como fator predominante para esse fenômeno, gerando transformações no estilo de vida, associado ao estímulo de consumo de produtos industrializados, propaganda e marketing massivo. Adicionalmente, pesquisas apontam para o fato de que, trabalhadores de diversas categorias, estão sujeitos à prejuízos na alimentação por questões desse novo estilo de vida. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi investigar o perfil de hábitos alimentares de trabalhadores de diversas categorias trabalhistas no Brasil. Trata-se de uma revisão de literatura integrativa apresentando os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados em português, de livre acesso e disponíveis na íntegra, nos últimos cinco anos, de natureza transversal, observacional e descritiva, que apresentassem em sua discussão considerações sobre o perfil de hábitos alimentares dos trabalhadores, visando resumir e avaliar o consumo alimentar da população estudada, nas bases de ACADÊMICO, LILACS e SCIELO. Foram utilizados os descritores: hábitos alimentares, trabalhadores, perfil alimentar e alimentação de trabalhadores. Excluíram-se os artigos duplicados, revisões de literatura, trabalhos com clientela idosa e/ou criança. Após análise minuciosa dos artigos selecionados, apenas 14 foram escolhidos como objeto de estudo. Quase todos os artigos mostraram inadequação nos hábitos alimentares, principalmente nos grupos alimentares frutas, verduras, legumes, leguminosas, além de uma expressiva frequência de industrializados e fast foods. Tal condição confere uma baixa ingestão de fibras, vitaminas e minerais, assim como, alto consumo de sódio, açúcar e gorduras. Essas descrições, por vezes, foram associadas a falta de tempo de tempo para preparo e ao número limitado de refeições ao dia, bem como, inadequações energéticas e nutritivas. Conclui-se que os hábitos alimentares dos trabalhadores pesquisados estão, em sua maior parte, inadequados e que esse perfil de consumo descompassado com os princípios norteadores defendidos pelos Guias alimentares para a população brasileira, de forma ampla e difusa. Assim, tais sujeitos estão com maior risco de acometimento de doenças crônicas não transmissíveis e morbimortalidade. Dessa forma, é urgente a necessidade de ações interventivas mais eficazes para uma total restruturação do processo de educação para formação de hábitos alimentares, bem como políticas públicas direcionadas a essa classe civil, tão importante para o desenvolvimento de uma nação.