Caracterização clínico-epidemiológica de pacientes assistidos em centros de atenção psicossocial no brasil: um estudo de revisão integrativa

Abstract

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) correspondem a órgãos de saúde pública mental que vem de encontro com a reforma psiquiátrica brasileira a fim de substituir e reduzir progressivamente os leitos de hospitais psiquiátricos. Sabe-se que ainda são escassos os estudos que tem por objetivo a avaliação da qualidade e do acompanhamento dos serviços públicos prestados aos usuários de saúde mental no Brasil. Desse modo, o presente estudo teve por finalidade investigar, a partir de um estudo de revisão integrativa, o conjunto de características sociodemográficas e clínicas dos usuários assistidos pelos CAPS brasileiros, disponíveis em publicações científicas no período entre 2014 a 2019, com a possibilidade de contribuir para a caracterização da população usuária do serviço, como também, para um possível processo de melhoria do desenvolvimento da política pública de saúde mental no Brasil. A partir de uma revisão integrativa, foram identificados um total de 18 artigos relacionados aos distintos perfis epidemiológicos estabelecidos para os CAPS das regiões brasileiras, tais como Norte (n=1), Nordeste (n=8), Centro-oeste (n=1), Sul (n=2) e Sudeste (n=6). Verificou-se que, nos últimos 5 anos, houve um predomínio de estudos que investigou os pacientes assistidos pelos CAPS principalmente localizados na região Nordeste do Brasil, seguida pelas regiões sudeste e sul. Além disto, foi identificado estudos com distintos tipos de CAPS, tais como CAPS Álcool e Drogas (CAPS AD), CAPS I, CAPS II e CAPS infantil (CAPSi), destacando-se que houve prevalência do sexo masculino, eram pacientes jovens (até 40 anos), com baixa renda familiar e escolaridade e comumente associados à usuários de drogas ilícitas. Por fim, verificou-se uma ausência de informações completas dos pacientes nos estudos avaliados, especialmente no que se refere a classificações das patologias mentais, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e com as abordagens terapêuticas disponibilizadas. Assim, idealizamos que estes estudos devem ser intensificados pois geram dados suficientes para alavancar as políticas públicas de saúde que favorecem a criação de ações que assistam com melhor esmero estes pacientes.