Propriedades do Ginseng na terapêutica do Diabetes Mellitus tipo 2: uma revisão integrativa

Abstract

Introdução: No Brasil, existem políticas voltadas para o uso de fitoterápicos, sendo elas, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Algumas plantas medicinais vêm sendo utilizadas como terapia adjuvante ao tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), dentre elas pode-se mencionar o ginseng. Objetivo: Revisar evidências científicas sobre o efeito do ginseng em pessoas com DM2. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, que inicialmente foi elaborada a seguinte pergunta problema: Existem evidências científicas sobre o efeito do ginseng em pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2? Para a busca de dados foram utilizados os descritores em saúde Ginseng e Diabetes Mellitus Type 2, que foram combinados com o operador booleano AND. A realização das buscas ocorreu nas bases de dados: Scielo, National Library of Medicine (PUBMED), biblioteca virtual da saúde (BVS), periódico CAPES e Cochrane, onde foram incluídos artigos de 2012 a 2022, disponíveis na íntegra, realizados com pessoas com DM2, sendo critérios para exclusão artigos nos formatos de monografias, revisões, teses, dissertações, manuais, estudos realizados com crianças, gestantes, lactantes e animais, e duplicados entre as bases de dados. A seleção dos estudos ocorreu de acordo com as seguintes etapas: leitura dos títulos dos artigos, posteriormente dos resumos e por fim na íntegra. Aqueles que estavam de acordo com os critérios de elegibilidade foram selecionados. Resultados: Foram selecionados oito estudos, publicados entre os anos de 2012 a 2021, realizados na Europa, Coreia do Sul e Canadá. Os tipos de ginseng avaliados foram Ginseng americano (AG) - panax quinquefolius, Ginseng Vermelho Fermentado (FRG), Ginseng Vermelho Coreano (KRG), ginsenosideo Rg3 e Panax ginseng. As suplementações variaram entre 2 e 10 cápsulas/dia contendo dosagem mínima de 1g/dia e máxima de 5g/dia, distribuídas em 2 a 6 vezes ao dia antes das refeições. Os resultados encontrados apresentaram algumas divergências, mas obtiveram como principais achados a redução significativa da hemoglobina glicada (HbA1c), glicemia de jejum, glicose pós-prandial, secreção e sensibilidade de insulina. Além disso, redução de colesterol total, triglicerídeos e LDL colesterol. Também foi observada segurança no uso do ginseng nesses pacientes. Conclusão: As evidências das propriedades do ginseng na terapêutica do DM2 mostram inúmeros benefícios relacionados ao controle glicêmico e perfil lipídico. Esses ainda apresentam divergências quanto aos resultados, que podem ocorrer em decorrência a diversos fatores como duração do experimento, dosagem aplicada, o processo de extração e espécie do ginseng e a adesão dos participantes. Ainda existem poucos estudos quanto a suplementação do ginseng em pessoas com DM2, fazendo-se necessário o desenvolvimento de mais pesquisas para o estabelecimento de dose e duração que possam ser eficazes e seguras para adoção na terapêutica desses indivíduos.