Excesso de peso e insatisfação corporal em mulheres com desordens estéticas

Abstract

O excesso de peso é considerado um grande obstáculo para a saúde pública, com prevalência relacionada ao avanço de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, câncer, e entre outros. São capazes de influenciar negativamente na imagem corporal, desencadeando uma relação com as desordens estéticas, que desagradam o indivíduo afetado. Esse aspecto estético pode resultar em uma preocupação excessiva com a imagem corporal, visto que na sociedade atual é estabelecido um padrão cultural, que constitui um corpo típico. Diante da importância dessa temática, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o estado nutricional, bem como os hábitos alimentares e padrão alimentar, insatisfação corporal, sintomas depressivos e de ansiedade, comportamento alimentar e a presença de desordens estéticas em mulheres frequentadoras de uma Clínica Integrada de Saúde, de um Centro Universitário, localizado no centro de Fortaleza-CE. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem metodológica quantitativa, realizado entre os meses de setembro a outubro de 2019, em uma Clínica Integrada de Saúde de um Centro Universitário localizado no centro da cidade de Fortaleza-CE, com 41 mulheres recrutadas, na faixa etária de 20 a 59 anos. Foi realizada uma avaliação antropométrica, usando o Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC), Circunferência do Quadril (CQ) e Circunferência do Pescoço (CP), como também a aplicação dos seguintes questionários: Índice de Depressão de Beck (IDB), Escala de Ansiedade de Beck (EAB), Questionário Holândes de Comportamento Alimentar (QHCA), Questionário de Rastreamento Metabólico (QRM), Figure Rating Scale (FRS), Questionário do Guia Alimentar (QGA) e um Questionário de Desordens Estéticas. Os dados coletados foram tabulados em banco específico em Planilha do Microsoft Excel ® e a análise estatística foi realizada através do Pacote Estatístico IBPM SPSS ® 22.0. Com o aumento da idade, observou-se uma correlação positiva e significativa de medidas antropométrica, tais como IMC, CC, CQ e CP. Como também apresentaram um aumento significativo em relação as mulheres com excesso de peso. Observou-se que a insatisfação corporal foi um fator estatisticamente importante (p <0,001), pois 96,8% das mulheres com excesso de peso apresentaram insatisfação corporal pelo excesso de peso, e nenhuma apresentou satisfação corporal. Em contrapartida, 55,5% das mulheres sem excesso de peso também mostraram que são insatisfeitas, nesse caso, pela magreza. Em relação as variáveis estéticas, no grupo com excesso de peso houve prevalência de respostas “Sim” nas seguintes perguntas: “Suas unhas descascam?” com 53,1%, e “Suas unhas quebram ou descamam com facilidade?” com 59,3%, e no grupo sem excesso de peso na pergunta: “Você possui acne (espinha)?” com 88,8%. Conclui-se que os extremos das variáveis de IMC estão relacionados com a insatisfação corporal nas mulheres. Tendo em vista esses resultados, foi observado também que o estado nutricional e a insatisfação mostraram relação com as desordens estéticas, que por sua vez, em alguns aspectos mostrou significância estatística. Sugere-se que mais estudos possam ser realizados dentro desse campo de pesquisa, com maior amostra, a fim de auxiliar na investigação de fatores etiológicos e solucionar problemas de insatisfação corporal, como também os seus fatores e consequências no público feminino.