Percepção da imagem corporal em crianças: uma revisão integrativa

Abstract

A infância é uma das fases da vida do ser humano e compreende inúmeras mudanças e alterações físicas, sociais e na formação de quem somos. Há diferentes formas de agir, se comportar, se perceber enquanto pessoas, e essa interação começa na infância de forma sútil e nem sempre percebida. É nesse período da vida que damos os primeiros passos na percepção e idealização do corpo e da forma como nos vemos e que nem sempre é fiel a realidade, interferindo de forma direta na autoestima e podendo gerar uma distorção da própria imagem corporal. Diante disso, o objetivo deste estudo foi identificar a percepção da autoimagem e prevalência de insatisfação com o corpo em crianças. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, apresentando os seguintes critérios de inclusão: artigos em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos cinco anos, que apresentassem em sua discussão considerações sobre a percepção da imagem corporal em crianças, indexados nas bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed e LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram utilizadas combinações entre as seguintes palavras-chave, consideradas descritores no DeCS (Descritores em Ciências de Saúde): “Criança”, “Imagem corporal”, “Autoimagem” e “Insatisfação Corporal”. Os termos foram usados de forma cruzada como descritores e palavras do título e resumo. Após análise dos artigos selecionados, apenas 19 foram escolhidos como objeto de estudo por apresentarem aspectos que respondiam à questão central desta revisão. Foi evidenciado que a insatisfação corporal, distorção da autoimagem, baixa autoestima estão ligados a condições como obesidade e sobrepeso em ambos os sexos e em diferentes idades, assim como também sofrem influência de fatores culturais, midiáticos, educacionais, familiares e alimentares. Conclui-se que a infância é uma fase a ser observada no possível desenvolvimento de insatisfação corporal e deve ser monitorada de perto pelos pais e responsáveis, e que ainda há uma necessidade de programas governamentais de auxílio e prevenção aos efeitos de tal fenômeno, a fim de evitar possíveis transtornos na adolescência.