Aspectos biopsicossociais das experiências e desafios da maternidade no primeiro ano de vida da criança: revisão integrativa

Abstract

Tornar-se mãe é adquirir funções específicas desde o momento que se descobre a gestação, o cuidado com o filho exige que inúmeras atividades sejam desempenhadas, podendo acarretar em um esgotamento materno, uma condição que vem ganhando proporção e visibilidade na área da saúde, em razão da carga excessiva de funções atribuídas à superposição de encargos domésticos, laborais e cuidado com os filhos. Assim, estudo objetiva analisar as evidências científicas disponíveis na literatura acerca dos fatores biopsicossociais relacionados às alterações/desafios encontrados pelas mães no primeiro ano de vida da criança. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com artigos extraídos nas bases de dados da SciELO e LiLACS. Obtiveram-se 679 artigos, dos quais 08 foram selecionados entre o ano de 2016 e 2021, por atenderem aos critérios de inclusão e responderem a questão de pesquisa. Os resultados apontam o interesse multiprofissional ultrapassando a área da saúde em aprofundar o assunto, sendo identificadas 4 categorias para facilitar a análise e interpretação dos dados: Alterações físicas e/ou emocionais; rede de apoio; mudança de rotina e impacto financeiro. As múltiplas dimensões definidas para esse fenômeno confirmam que a maternidade é integral e que apesar da vivência singular e a função da maternidade ser tido como natural, a mesma provoca sentimentos de obrigatoriedade, abandono do autocuidado e ausência de informações que possuem potencial para afetar a qualidade de vida da mãe e da criança. Acredita-se que os profissionais de saúde, sobretudo os enfermeiros, com o conhecimento mais aprofundado dos sinais e sintomas do esgotamento maternal e as principais dificuldades que as mães possuem, poderão realizar atividades educativas mais eficazes, durante as consultas auxiliando na adaptação e contribuindo para a promoção de saúde da mãe, das crianças e dos familiares.