O impacto do aleitamento materno na microbiota intestinal infantil: uma revisão de literatura

Abstract

A microbiota intestinal desempenha um papel essencial na manutenção da saúde do indivíduo, incluindo o crescimento e desenvolvimento na primeira infância. Numa primeira fase, o leite materno fornece uma variedade de bifidobacterias e lactobacilos que contribuem para o bom funcionamento intestinal, evitando o surgimento de disbiose e outras condições clínicas, assim, tornando o microbioma da criança sadio e resistente contra a invasão de patógenos. Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi revisar na literatura o impacto do aleitamento materno na microbiota intestinal infantil. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, apresentando os seguintes critérios de inclusão: estudos e pesquisas de campo sobre o aleitamento materno e o perfil da microbiota do recém-nascido, de livre acesso, disponíveis na íntegra, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, publicados nos últimos dez anos. A busca foi realizada entre os meses de fevereiro e março de 2023, através das seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/PUBMED), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram utilizados os operadores booleanos da seguinte forma: Aleitamento materno and lactante, Nutrição da criança and microbiota intestinal, Leite humano and microbiota intestinal, Lactante and microbiota. Foram excluídos os artigos de revisões de literatura, origens literárias e guidelines. Após análise minuciosa dos artigos selecionados, apenas 7 foram selecionados como objeto de estudo. Observou-se que, composição do leite materno, pode ser alterada por alguns fatores, como: uso de antibióticos antes do desmame e a introdução de fórmulas artificiais, no período do aleitamento materno exclusivo, podendo causar possivelmente o surgimento de alergias alimentares e sensibilização alimentar, bem como o excesso de peso infantil. Ademais, mostraram que as bactérias presentes no leite materno contribuem positivamente para a composição da microbiota intestinal, enquanto bactérias intestinais oriundas da alimentação por fórmulas artificiais, proporcionaram à composição da microbiota, maior número de bactérias patogênicas. Assim, reforçaram a importância do aleitamento materno exclusivo até o 6o mês de vida, a qual se relaciona a uma boa microbiota intestinal da criança. Diante dos achados, conclui-se que, o aleitamento materno exclusivo corrobora para uma microbiota intestinal infantil saudável, enquanto a alimentação com fórmulas artificiais constituiu uma microbiota disbiótica, reduzindo o número de bactérias benéficas na sua composição.