Adesão à dieta sem glúten e caseína e o seu impacto em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista: uma revisão integrativa.

Abstract

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido por desordens no neurodesenvolvimento que acarretam comportamentos estereotipados, prejuízos na linguagem, fala e interação social nos indivíduos acometidos. Existem diversas alternativas de tratamento e dentre estas destaca-se a intervenção nutricional, sendo a dieta sem glúten e sem caseína uma das estratégias mais utilizadas, justificando-se pela potencial relação dos conteúdos residuais de alimentos compostos por essas proteínas com o TEA. A adesão a essa conduta dietoterápica tem sido cada vez mais relatada devido a busca por tratamentos alternativos para melhoria dos sintomas. O objetivo desse estudo, foi revisar na literatura como é a adesão à dieta sem glúten e sem caseína e quais os impactos causados em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada entre os meses de agosto e outubro de 2021 nas bases de dados eletrônicos PubMed, Scielo, ScienceDirect, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Medline, utilizando os seguintes descritores: Gluten-free, Autistic discorde, Nutrition therapy e Caseina-free. Foram utilizados 13 artigos originais publicados entre os anos de 2012 e 2020, tendo como critérios de inclusão artigos sobre o uso da dieta isenta de glúten e caseína em crianças e adolescentes com TEA com desfechos na melhora ou não dos sintomas. Foi identificado resultados positivos da intervenção dietética em 6 artigos e 7 não encontraram associação. Em relação a adesão a dieta, constatou-se que 284 (77,24%) das crianças e adolescentes consumiam uma dieta sem glúten e sem caseína. Observou-se que houve uma grande variação no tamanho das amostras, nas escalas e questionários de avaliação e no tempo de intervenção, assim como possíveis erros de implementação. Foi possível concluir que não há evidências suficientes para apoiar o uso da dieta sem glúten e sem caseína na redução dos sintomas autísticos, fazendo-se necessário a realização de novos estudos com maior controle no tempo de intervenção e nos métodos avaliativos, bem como na implementação dietética.