Intervenções farmacêuticas realizadas em unidade de terapia intensiva (UTI) no cuidado de pacientes com covid-19

Abstract

Em dezembro de 2019, um vírus da família dos coronavírus originou-se na China, mais especificamente na cidade de Wuhan, afetando a saúde global. Espalhou-se rapidamente por todos os continentes, sendo o primeiro caso registrado no Brasil no final de janeiro de 2020, fazendo com que o número de internações subisse de forma bastante rápida, ocasionando uma superlotação de hospitais e de leitos de UTI para os pacientes que apresentavam a forma mais grave da doença. Diante desse cenário, fizeram-se necessários estudos em que envolvessem a atuação do farmacêutico frente a esse problema. O seguinte trabalho teve como objetivo identificar as principais intervenções farmacêuticas realizadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de pacientes acometidos por COVID-19, tendo como metodologia uma análise descritiva com abordagem quantitativa das intervenções farmacêuticas realizadas no período de estudo. Os principais resultados encontrados foram em relação aos riscos reais e potenciais da terapia empregada para os pacientes internados na UTI do referido hospital, onde foram detectados 101 problemas reais e 236 problemas em potencial, destacando entre os problemas reais a sobredose de medicamentos com um total de 31 (34,6%) registros. E entre os problemas em potencial a falta de alguma ficha, formulário ou receituário, sendo um total de 13 (13,6%) registros. Em relação aos medicamentos mais envolvidos nas intervenções realizadas pode se destacar a classe dos antimicrobianos com 101 registros de intervenções, anticoagulantes com 24 registros e os protetores gástricos com 23 registros de intervenções realizadas. Em relação ao impacto relacionado a efetividade e toxicidade houveram identificação de possíveis melhorias na terapia empregada aos pacientes com as 61 intervenções que não foram aceitas no período de coleta de dados, intervenções essas que poderiam aumentar a efetividade e/ou diminuir a toxicidade da farmacoterapia empregada para esse paciente. Diante dos resultados obtidos observa-se a importância da atuação do farmacêutico clínico em um ambiente de UTI, contribuindo de maneira direta e significativa para o uso racional de medicamentos, sempre com o objetivo de proporcionar uma melhor assistência ao paciente.